sábado, 28 de setembro de 2013

SEMIFINALISTAS DO PRÊMIO PETECA 2013 - ESQUETE TEATRAL














domingo, 22 de setembro de 2013

SEMIFINALISTAS DO PRÊMIO PETECA 2013 - PINTURA



Aracati




Assaré



Barroquinha



Chaval


Guaramiranga



Maracanaú


Palmácia


Russas


Tianguá


Viçosa do Ceará

PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE VIÇOSA DO CEARÁ

E.E.F PEQUENO POLEGAR
           MODALIDADE: LITERATURA
SUB-MODALIDADE: CONTO
TÍTULO: A VIDA NO OUTRO MUNDO
PROFESSOR: DEUSEMAR CARDOSO DO NASCIMENTO
ALUNO: BRENO DOS REIS DE CARVALHO

A VIDA NO OUTRO MUNDO

        Um dia desceu uma linda e bela estrela do céu chamada Esperança, que veio de um planeta muito distante chamado Conquistas. Mas na verdade ela veio para conquistar o coração daquelas crianças que sofrem maus tratos, trabalham na venda de doces, bolos, e em tantas outras atividades, colocando em risco sua própria vida. Ela veio para que possamos mudar esse mundo todo que sofre com o trabalho infantil.
        Com a ajuda dela podemos tirar várias crianças das ruas para colocar em boas escolas que tenham um bom ensino e lhes garantam uma vida de qualidade. Nesse mundo um morador chamado PETECA estava lá, sempre pronto a ajudar as crianças fazendo todas elas terem uma nova vida, uma nova conquista na escola contra o trabalho infantil ajudando-as a viverem uma infância digna, com isso ele só espera mostrar uma nova visão ao futuro que nos espera pela frente.
        Hoje ainda existem muitas crianças e adolescentes que trabalham em casa de família, na roça, nos comércios e são impedidas de ir á escola.  Quando chega o PETECA, as coisas melhoram,  isso porque a visão de que o trabalho pode trazer várias consequências para a  formação dessas pessoas que estão construindo sonhos e projetos de vida e se veem impossibilitadas por se dedicarem a realizar atividades diárias que lhes expõem ao esforço físico e mental, percebendo-se a diferença que isso faz na vida delas, é que podemos agir diferente e  só assim serão retiradas as crianças das ruas e do trabalho infantil.
        O trabalho não pode fazer parte da vida das crianças no mundo em que vivemos. Em qualquer lugar que seja queremos que crianças frequentem a escola para estudar, brincar, e ser feliz, que cresça com dignidade, e com direito à saúde, educação, e a lazer ao invés de ficar na rua e muitas vezes trabalhando forçado.
       Mas aqui no nosso mundo, caiu uma grande estrela, anunciou uma brilhante ideia, tirando as crianças das ruas, das drogas, e do trabalho infantil, onde muitas delas são forçadas a trabalhar, não podemos deixar isso acontecer, temos que combater essa exploração.  Lugar de criança é na escola com lápis e caneta na mão, construindo o futuro desejado. 
      A linda e bela estrela do céu chamada Esperança que veio do planeta Conquistas e agora junta-se a milhares de pessoas como o PETECA para fortalecer a esperança de um mundo onde as crianças possam ser felizes.



PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE SOBRAL

ESCOLA PADRE OSVALDO CHAVES
ALUNA: LUIZA SILVA DE LIMA
PROFESSOR: FRANCISCO JOSIMAR RICARDO XAVIER

A vida de mário: o menino explorado que se tornou doutor
Juca acordou e viu em sua porta uma criança. Tratava-se de um menino, o qual ele criou e deu o nome de Mário. Eles sobreviviam do que plantavam e eram tão pobres que o menino não possuía brinquedos, nem estudava. Já grandinho seu pai o explorava, obrigando-o a ir todos os dias com ele para a plantação e a fazer as tarefas domésticas. Mesmo assim, Mário tinha um sonho: estudar pra ser doutor. Espelhava-se no seu amigo João, que já sabia ler e escrever. Seu Juca dizia que Mário já era inteligente e tinha profissão: Arador de roçado, e que não tinha precisão de estudar.
Numa tarde Mário, muito esperto, achou um velho rádio nas coisas de Juca. Resolveu ligá-lo na tomada e o mesmo começou a funcionar. Chamou João pra contar a novidade, mas o amigo não pôde acompanhá-lo, pois iria à escola fazer sua matrícula e depois comprar seu material escolar. Mário, curioso, começou a perguntar o que era matrícula, material escolar e outras coisas de escola. O amigo explicou tudo e disse ainda que, pra ser doutor ele também teria que passar pelos estudos da escola. Mário até já ouvira falar num lugar onde os outros meninos aprendem ler, escrever e essas coisas de gente rica.
No caminho da escola João contou toda a história do amigo para Dona Zenaide, sua mãe, que de imediato resolveu ajudá-lo. Ao chegar em casa, ela teve um plano: visitar Mário e Juca. Mas precisaria da ajuda de João, o qual teria que convidar o menino para brincar, enquanto conversava a sós com Juca. E assim fizeram, ela aproveitou a oportunidade pra convencer o pai de Mário a matriculá-lo na mesma escola que seu filho. O homem, de imediato, não gostou da idéia, alegando que não tinha como o menino estudar, pois era o único que o ajudava na plantação.

Explicando-lhe sobre os direitos das crianças, Dona Zenaide conseguiu convencer Juca e propôs a ajudá-lo no que Mário precisasse. Assim, o homem aceitou. Ao voltar pra casa, Zenaide contou a novidade aos meninos que ficaram muito felizes, pois as aulas começariam no outro dia. A partir de então Mário só queria saber de estudar. Juca ficou contente com o esforço do filho e sempre agradecia a Dona Zenaide em tê-los ajudado.

Mário tornou-se adulto, continuou os estudos. Mesmo distante, não esquece seus amigos, agora, Dr. João e Dona Zenaide, que o ajudaram a realizar seu sonho. Seu Juca era ranzinza, mas seu filho muito o amou. Como prova disso, Mário transformou a simples plantação em um abrigo para crianças desamparadas, que leva o nome de Sítio Novo Sonho.

PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE RUSSAS

É triste, mas é realidade.


Era uma vez um menino chamado Jorge. Era um menino de apenas 9 anos de idade, muito pobre, que precisava trabalhar nas ruas catando latinhas e limpando vidros de carros. Sua mãe trabalhava como catadora de lixo no lixão da cidade. Como já tinha perdido seu pai e seus irmãos eram mais novos que ele, sua mãe só podia contar com sua ajuda. Por isso começou a trabalhar desde criança.

Mesmo com todas as dificuldades que enfrentava, ele tinha um sonho de estudar para ser médico e dar uma vida melhor para sua mãe e seus dois irmãos menores, Joana de 7 anos e Jean de apenas 2 anos de idade.

            Certo dia, ele chegou para sua mãe e disse:

            - Mãe, por que eu não estudo como os outros garotos da minha idade?

            Ela respondeu:

            - Porque sem o seu pai e com seus irmãos muito pequenos, só tenho você para me ajudar. Queria muito, meu filho, poder dar uma vida melhor para vocês, mas nossas condições não são boas. Por favor, me desculpe você me entende, né, filho?
           
            - Sim, mamãe, eu entendo!

No outro dia enquanto catava latinhas em um lixão passaram por ali duas mulheres que eram assistentes sociais da comunidade, e viram a situação que a família passava. Ela conversou como “pequeno grande” Jorge e também com a sua mãe. Rapidamente, foram falar com as autoridades do município para tomarem as devidas providências e tirarem a mãe do lixão e o menino das ruas.

Uns dias depois, as assistentes voltaram à casa deles e resolveram as questões. A mãe saiu do lixão e arrumou um emprego na loja do irmão de uma das assistentes e foi trabalhar como voluntária na Associação de catadores da comunidade. As crianças, incluindo-se o Jorge, foram matriculadas em uma creche e em uma escola próxima à onde eles moravam, garantindo assim, seus direitos de estudar e poder  ter um futuro melhor.

Jorge e seus irmãos ficaram muito felizes e abraçaram sua mãe chorando. Jorge, emocionado, falou:

- Agora eu posso realizar o meu sonho de ser médico, cuidar das pessoas e principalmente da minha mãe e dos meus irmãos.

Sua mãe, chorando, disse:

- Se Deus quiser, meu amado filho!  


                                                                         ALUNOS: Deuzilene Souza e Vitória da Silva.
                                                                         TURMA: 8º ano B.
                                                                         PROFESSORA: Márcia Santiago.
                                                                         ESCOLA: Raimundo Pelópidas de Araújo
                                                                         MUNICÍPIO: Russas


PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE REDENÇÃO


A vitória de Luane

Certo dia, Luane, uma menina de apenas dez anos de idade recebeu uma proposta: morar na casa de sua madrinha, dona Joana. Luane não sabia que era para trabalhar e quando soube questionou:
_Sou criança e não posso trabalhar, pois criança deve brincar, estudar e quando a mãe e o pai precisar, se for algo que eu possa fazer, devo ajudar.
No mesmo momento sua madrinha respondeu:
_Onde já se viu? A Luana não poder me ajudar porque é criança? Há, há, há! Não pode lavar roupa, não pode cozinhar? Há, há, há! Menina vá logo arrumar suas coisas que às 5 horas passo para lhe pegar.
Luane disse que não ia e resolveu pedir ajuda já que não podia resolver só e seus pais estavam obrigando-a a ir. A menina sabia que se fosse não poderia mais estudar e já estava cursando o 5º ano do Ensino Fundamental e tinha vontade de ir para a faculdade cursar medicina, então ligou para alguns amigos e combinou de se encontrarem na sorveteria que ficava ao lado de sua casa.
Encontraram-se na sorveteria, Luane, Ricardo, Levi, Maria, Cristina e Karla. Luane explicou o que estava fazendo ali. Seus amigos ficaram tristes com a história e resolveram ajudá-la. Karla ligou para seu pai que é advogado e logo contou toda a história. O mesmo ficou muito comovido e denunciou os pais de Luane à polícia. Os pais de Ricardo e Levi tentaram falar com os responsáveis por Luane, mas não tiveram êxito.
Com a denúncia do pai de Karla, os pais de Luane receberam uma intimação e sem saber do que se tratava foram à delegacia. Chegando lá o delegado falou bem sério com eles dizendo que aquilo que estavam fazendo era errado e deveriam parar, se não iriam ser presos. Então, os pais de Luane disseram que não imaginavam que era algo tão grave assim, e se comprometeram a não deixar mais a filha ir a casa de sua madrinha. A madrinha da menina também foi chamada à delegacia, e como pena, teve que prestar serviços comunitários, pois não era a primeira vez que ela fazia isto. Assim, o problema de Luane foi resolvido.
Alguns anos depois Luane estava cursando o 2º ano do Ensino Médio e fez o ENEM e acabou passando para uma universidade, não precisando concluir o 3º ano do Ensino Médio e cursou medicina se especializando depois em Pediatria para cuidar de crianças.
Um dia, um dos pacientes de Luane estava passando pela mesma situação que ela passara quando criança, só que esse menino morava no campo. A doutora Luane conversou com os pais dele e explicou que lugar de criança é na escola estudando para ter um futuro de qualidade e um bom emprego.

E.M.E.I.E.F. CEL. Joaquim Simão de Oliveira


Projeto PETECA
Conto: A vitória de Luane


Estudante: Lyrian Maria de Lima Silveira
Turma: 9º ano
Professora: Sigliany Freires Lemos




Guassi – Redenção – Ceará
JUNHO - 2013




PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE IGUATU

Trabalho Infantil
               Já começo falando de mim, um garoto de dez anos, que mais parece um adulto. E sabe por quê? Porque já trabalho. Faço trabalhos pesados como descarregar caminhão e também cato latinhas para vender. Eu sei que sou criança e deveria estar na escola mas eu não posso estudar, tenho que trabalhar.
               Aqui na Vila dos Ventos é legal. Tenho dois amigos, o Joca e o Joel. O Joca é legal demais, sempre trabalhando. Não o vejo muito, só quando os caminhões fazem parada. E é assim o nosso dia a dia. Já o Joel,vejo todos os dias, pois ele passa sempre aqui em Vila dos Ventos catando suas latinhas junto comigo. No final, vendemos tudo e levamos o dinheiro pra casa. E é assim que a gente vai levando a vida, trabalhando para sobreviver. Quando a entrega é pouca, eu não ganho quase nada e mal dá pra merendar, ainda bem que a D.Rosa, a dona do boteco da esquina, sempre apronta uma marmita para mim... ela é um anjo! Falo sempre à ela que, um dia, ainda vou estudar - por enquanto não dá porque trabalho – me formar e ser alguém na vida, um homem rico. Sendo assim, conseguirei ajudar todos aqui da Vila dos ventos.
            A tarde já vai cair, tenho entregas para fazer, pois, o sol daqui há pouco vai desaparecer e é hora de descansar. Ah, seu eu pudesse! Hoje foi um dia longo, cheio de emoção e muito trabalho, pois pra quem vive nas ruas é sempre uma aventura.
            Eu sigo sempre com a emoção e a esperança que o amanhã pode ser melhor, que eu não precise mais ficar debaixo desse sol escaldante, dormindo muitas vezes em cima de sacos de arroz que descarrego dos caminhões e que me deixam com a coluna arrebentada.
          Sempre vejo os adultos falando que trabalho infantil é crime. Eu não sei. Às vezes aparecem umas pessoas no local onde descarrego os caminhões e, sempre que acontece, o meu chefe me manda sair de lá... Todos os dias, penso em deixar de trabalhar, mas minha mãe me bate e diz que tenho que voltar. Aí continua tudo do mesmo jeito.
            E continuo perdido nos pensamentos e sonhos de um dia mudar de vida, ser uma criança normal, que brinca e estuda e tem um futuro mais certo, mais previsível. Sonho em ver as crianças da minha vila, não mais trabalhando como escravas. Meus pensamentos são interrompidos pelo grito do meu patrão que não quer moleza no trabalho e lá vou eu deixar meus pensamentos voarem e voltar ao trabalho com a certeza de que tudo vai ficar bem pois, quem tem tudo não agradece e eu, que não tenho nada, sou grato à Deus demais.
                                                                                    
Aluna: Antônia Maria Moreno
 9º ANO A
Escola de Ensino Fundamental Elze Lima Verde Montenegro

Categoria: Conto

PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE HORIZONTE

João, o Menino que mudou de vida

Francisca Edna Nascimento  Maia
Rayana Pereira de Sousa
Ramile Alves da Silva
Antonio Cláudio Júnior*

Era uma vez um menino que morava com seus pais. Certo dia, os pais saíram para viajar com ele nas férias quando um caminhoneiro alcoolizado perdeu o controle e foi em cima deles. O carro capotou e um tempo depois a ambulância chegou, infelizmente só conseguiram salvar o garoto que levaram para o hospital, ficou em observação e só teve ferimentos leves, mas seus pais não sobreviveram.

O menino que se chamava João teve que ir morar com seu tio que não demorou muito para mostrar sua verdadeira face, pois ele o explorava muito, não o alimentava adequadamente e botou ele para trabalhar na roça. Além disso,quando ele chegava, fazia todas as tarefas domésticas mesmo todo machucado e com muita fome. Todo dia era a mesma coisa, quando seu tio chegava em casa bêbado, além de bater no garoto, o obrigava a servi-lo e sempre cobrando casa limpa e as coisas tudo no lugar.

João, todo dia pela manhã, sempre ao acordar fazia sua oração e o mesmo pedido que fazia a Deus fazia ao seu tio:

A benção meu tio.
- Deus te abençoe.
- Meu tio, por que eu não posso estudar? Eu quero estudar... O senhor deixa?

Cansado de todos os dias ao amanhecer ouvir o mesmo pedido do sobrinho, lhe disse:
- Olhe cá João, se tu me vier mais uma vez com essa invenção de estudar eu juro que te mato de uma surra. Se é pra morar comigo tem que ser do meu jeito e ai de ti se tu inventar outra moda.

João se calava por medo e muita tristeza. Bebeu um copo com água pra engolir o choro e foi pra roça fazer suas obrigações passadas pelo tio.

Um dia, na volta pra casa, João conheceu Lucas que notou sua tristeza e perguntou:
-Por que você está assim tão triste? Posso te ajudar?

O menino cansado de tudo desabafou com o novo amigo, contou toda a sua história de vida.
Lucas que ouvindo tudo aquilo sentiu muito pelo garoto e decidiu ajudá-lo, disse que aprendeu no programa Mais Educação sobre um programa chamado PETECA que ajudava crianças que eram exploradas com trabalho infantil e eram impedidas de estudar ou fazer qualquer atividade de direito da criança. Não demorou muito, João fez novas amizades, Lucas, Rayana, Ramily, Júnior e Edna rápido se tornaram seus amigos preferidos que logo fizeram um grupo que junto à escola e ao conselho tutelar falaram da história de João, pois já trabalhavam com casos como o dele com o objetivo de não deixar que isso acontecesse com criança nenhuma.


E foi através da ajuda dos amigos, da escola e do PETECA que ele conseguiu muito mais do que imaginava um dia ter. Ele conseguiu um lar novo, comida, lazer, amor, carinho e acima de tudo o respeito e direito a sua educação que tanto sonhava.

Alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Parque Diadema II.

PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE GUARAMIRANGA

O PESCADOR DE SONHOS
Matheus Moreira Tavares dos Santos*

Em um lugar distante, não muito longe daqui, vivia uma família de pescadores que, como muitas outras famílias, dá um duro danado para pôr comida em casa. Na família todos trabalham inclusive Zé Pesqueiro, o mais novo pescador da família, com 12 anos de idade.
Todo dia ele sai bem cedo com seus pais para o mar em um barco de pesca mal-acabado adquirido com muito esforço. Quando chegava em um ponto não muito distante da costa da praia, Zé Pesqueiro jogava a rede no mar e sempre vinham algumas sardinhas miúdas.
Eu bem que podia ser um peixe: pensava ele. Nadaria, nadaria para bem longe daqui, encontraria alguns peixes e brincaria feliz com eles no fundo do oceano. Sairia sem rumo pelo mundo, faria isso feliz. Pelo menos sairia dessa rotina pesada que faço todos os dias.
No fim da tarde, Zé Pesqueiro voltava com seus pais para casa e ajudava o pai a separar os peixes de consumo dos peixes de venda enquanto sua mãe ia para cozinha preparar o jantar. Mal dava tempo de tirar aquele cheiro de peixe do seu corpo, pois ele tinha que dormir logo para no dia seguinte vender os peixes que sobravam com seu pai no centro da cidade.
Chegando lá, da banca de vendas Zé Pesqueiro observava fascinado aqueles prédios enormes e aqueles carros passando nas ruas. Mas o que lhe chamava mesmo a atenção era a rotina de uma escola nas proximidades, onde crianças brincavam felizes no pátio.
— Quem me dera ser uma daquelas crianças estudar e brincar, as suas únicas obrigações de verdade. Elas sim são pescadoras, pescadoras de conhecimento. Os únicos peixes que elas pescam as palavras nos livros de matemática, português...Talvez algum dia eu tenha apenas uma chance de ser como elas. E esse seria o dia mais feliz da minha vida: pensava ele infeliz todas as vezes  que passava por aquela escola.
Certo dia o pai adoeceu e ele teve que ir ao Centro vender os peixes sozinho. Chegando lá Zé Pesqueiro (distraído olhando aquela mesma escola) esbarrou em um homem alto e elegante que lhe perguntou:
— O que faz fora da escola jovenzinho?
Envergonhado, Zé Pesqueiro lhe contou como vive. Que nunca foi a escola e que ajudava seus pais na pescaria para poder sobreviver.
Depois de ouvir atentamente a historia do garoto, o homem pediu que o levasse até sua casa, pois queria conhecer seus pais.
O homem identificado como Carlos, explicou para os pais de Zé Pesqueiro o que era o programa PETECA e da luta pela erradicação do trabalho infantil. Disse ainda  que daria uma bolsa de estudos para  o filho e eles teriam uma condição de vida melhor. Zé Pesqueiro ficou muito feliz porque agora poderia realizar seu sonho de ser um pescador de conhecimentos.

Anos depois Zé Pesqueiro conseguiu superar o atraso escolar e hoje é um respeitado professor no bairro onde mora, desenvolve projetos sociais e ajuda  a tirar crianças e jovens do trabalho infantil, e vivendo feliz para sempre.


*O autor tem 12 anos e é aluno da Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Linha da Serra (8º ano), do Município de Guaramiranga. O trabalho foi realizado sob a orientação da Professora Juliana Catarina da Silva e da Diretora Francisca Rosa Moreira Flôr.

PRÊMIO PETECA 2013 - CONTOS SEMIFINALISTAS

Beberibe

Guaramiranga

Horizonte

Iguatu

Redenção

Russas

Sobral

Viçosa do Ceará

PRÊMIO PETECA 2013 - CONTO DE BEBERIBE

Triste Fim

 Vitória Queiroz de Souza*

Allan, como muitos o chamavam, tinha onze anos quando começou a trabalhar como “flanelinha” no centro urbano de São Paulo. Tinha dois irmãos: Júlia e Adan. Sendo o mais velho dentre eles, trabalhava com os pais para sobreviver. A situação ficou mais trágica depois que um incêndio atingiu o casebre, matando seus pais. Os três irmãos passaram a viver debaixo de um viaduto. Compartilhavam tal situação com tantos outros que, como eles, tiveram negado o direito a um lar digno.
O menino trabalhava demasiadamente. Às cinco horas da manhã, acordava. Ou a fome o acordava. Era  fácil demais acordar, pois os carros já estavam a fazer um barulho que espantava até o frio. E mesmo exausto, era quase impossível dormir. O chão úmido e sujo por vezes o deixou a desejar uma cama quente e confortável.
Em um desses dias de fome e cansaço, que não conseguiu levantar para trabalhar, com uma dor no estômago, que o paralisava totalmente. Tinha que acordar sua irmã.
_ Júlia, é você quem irá pedir comida num daqueles pontos. Eu já não aguento.            
Apesar de ter apenas sete anos, a menina inteligente e de perguntas inusitadas, ainda abrindo os olhos, não hesitou em perguntar:
_ Allan, você tem vontade de estudar, com os outros meninos?
Pasmo com a pergunta, Allan não queria, de modo algum, que ela se decepcionasse ao descobrir que o mundo é repleto de impossibilidades, coisas que agem como vermes prontos para destruir os sonhos infantis. Então ele disse do desejo que sentia de estudar e de ter um lar no qual pudesse brincar, ter lazer e família, ter livros e cadernos, enfim, ter tudo aquilo que algumas crianças têm e que, muitas vezes, desprezam. E os de Allan, quase sempre alegres, de repente se tornaram tristes, tristes...
_ Bom, disse ele, cuidemos da nossa vida, não é certo? E afagando a cabeça da irmã, Allan emite para ela um sorriso forçado.
A menina saiu, então, à procura de comida, e logo encontrou um senhor a quem pediu, com voz trêmula, algo para comer. Recebeu dele uma pequena quantia em dinheiro e agradeceu com um largo sorriso, saindo saltitante, como quem encontra um tesouro perdido, e foi em busca de comprar alimento. O seu rosto era só gratidão, sentimento que, por estupidez ou ignorância, não valorizamos nas pequenas coisas.
E na manhã seguinte a terrível rotina de Allan voltaria a se repetir. Chegaria, mais uma vez, a hora de pegar os velhos panos, a garrafa com água retirada da fonte ali pertinho e esperar, com outros meninos, pelo pontinho vermelho do semáforo, o sinal verde para a hora de limpar os para-brisas e receber a gratificação tão esperada. Em meio ao trânsito e ao sofrimento, há nele a esperança de que tudo mudará para melhor. Não é preciso um triste fim para quem vive triste. Ali ele vai idealizar a vida que deseja para si e para os irmãos, sonho de menino que só estremece diante do olhar indiferente dos enxergam diariamente tantos Allans e nada fazem.

*A autora é aluna da Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Pedro de Queiroz (turma A, turno manhã), do Município de Beberibe.


PRÊMIO PETECA 2013 - MÚSICAS - SEMIFINALISTAS


Aracati


Beberibe


Caucaia

General Sampaio


Horizonte

Maracanaú

Quixadá


Sobral

Tianguá